É incrível a quantidade de coisas que nos rodeiam, das quais, muitas delas, nem chegamos a utilizar. Coisas que compramos porque estão na moda, são bonitas ou podemos um dia precisar e que vão roubando espaço e tirando nossa paz.
Por trás do impulso de comprar, existem desejos e necessidades a serem satisfeitos. Carências emocionais mascaradas, que se nutrem do prazer de ter, substituindo o prazer de ser. É comum sentirmos um desejo imperioso de possuir coisas, quando estamos vazios por dentro, a mercê de nossos medos, insatisfações e ansiedades . Diferenciar desejo de necessidade ajuda a encarar estas emoções e dar-lhes o tratamento adequado.
O desejo reflete uma carência emocional. A necessidade uma carência fisiológica ou material. O desejo reflete um sonho, a necessidade uma realidade. O desejo se liga ao futuro, a necessidade ao presente. Ambos estão à serviço do equilíbrio. Não há futuro sem presente e não se realizam sonhos sem os pés no chão. O desejo não tem que ser atendido de imediato. Assim como o sonho, se alimenta da espera. Não controlado se transforma em obsessão e leva ao desespero. A necessidade é imperiosa, exige pressa. Não atendida, se transforma em carência e leva à revolta ou depressão. Manter o equilíbrio é atender às necessidades , sem perder de vista o desejo .
A nossa mente é ardilosa em arranjar justificativas para nos convencer que certos desejos são necessidades.
Desejos satisfeitos, impulsos incontrolados, respondem por mudanças drásticas de vida, entre elas, desajustes financeiros que devastam a saúde física e emocional . Estes desajustes repercutem não apenas na família como no trabalho. A produtividade cai, o clima organizacional fica tenso, a capacidade de análise para tomar decisões importantes é comprometida.
Se necessidade e desejo se misturam, os impulsos tomam as rédeas. Aprender a distinguí-los, faz a diferença do inconseqüente e perdulário para o consciente e equilibrado. Estes, sabem que conter não é reprimir, ou desatarraxar a válvula da imprudência, é controlar para canalizar e usar melhor. Algumas Empresas mais conscientes, promovem cursos para capacitar os funcionários a administrarem melhor seus orçamentos. Isto tem reduzido a quantidade de empréstimos e vales que criam apenas soluções momentâneas e reduzido o nível de tensão e estresse.
Na prática fazer a distinção entre desejo e necessidade é antes de tomar atitudes da qual venha a se arrepender , analisar:
Que conseqüências enfrentarei ao passar sem isto?
Que conseqüências enfrentarei ao entrar nisto?
Dê um tempo. Deixe passar a energia do impulso e esfriar as emoções.
Avalie sua disponibilidade de tempo, dinheiro, motivação, espaço físico e saúde para enfrentar a situação.
Atitudes sensatas, mantém o equilíbrio emocional , aumentam a auto-estima e em consequência, ajuda a manter a empregabilidade.
Vânia Portela