Para se comunicar bem, entre na dança

Comunicar-se não é fácil e a má comunicação resulta em perdas e desencontros que destroem a alegria de viver A deficiência de comunicação está presente nas relações familiares e no trabalho, bloqueando o caminho do sucesso. Quantas vezes sabemos o que queremos mas não sabemos transmitir e por isso não conseguimos adesão à nossa idéia. No desejo de que tudo saia bem, entramos no espaço do parceiro criando áreas de desentendimento. Por não sabermos fazer bom uso do nosso tempo e espaço, dificultamos a conclusão de nossas tarefas e impedimos a do outro. A inibição e insegurança faz com que as pessoas não saibam interdepender e trabalhar bem em equipe.

Diante de tudo isso , fica difícil acreditar que uma das características que distingue o homem dos animais é a capacidade de comunicar-se das mais diversas formas. Palavras, desenhos, canções, dança, tudo exprime sentimentos e emoções que facilitam a compreensão e o bom entrosamento entre as pessoas. No entanto , para que estes canais possam ser desenvolvidos, têm que ser aprendidos. Podemos mudar em qualquer idade e de modo positivo se formos expostos a ambientes estimuladores. Entrar em contato com a dança é participar de um ambiente que estimula o aprendizado de relacionamentos e melhora a qualidade de vida. Aprender a dançar, produz bem estar, pois libera a endorfina que é responsável pelo prazer. Estimula a vontade de viver, gerando ótimos resultados quando coadjuvantes de uma terapia para a depressão. É fácil imaginar , o que a dança é capaz de fazer por cada um de nós, quando aliada a uma abordagem psicológica . Ela pode se transformar num rico instrumento para o auto-conhecimento ao descobrirmos a correspondência emocional de cada gesto que executamos e do seu significado em nossas vidas.

Nossos movimentos são comandados pelo cérebro. Portanto, quem dança não são os pés mas o cérebro. Toda informação adquirida passa pelos seus comandos que irão ordenar sua execução de acordo com os valores aprendidos no decorrer da vida. Ao dançar, quando os passos exigem uma aproximação maior do parceiro e nos sentimos constrangidos com o toque pelo medo de sermos mal interpretados, tendemos a mantê-lo à distância. A necessidade de se adaptar briga com a de atender aos sentimentos individuais. Ao tomarmos consciência da dificuldade e entendermos nossa atitude, ficamos livres para registrar no cérebro, os movimentos adequados à perfeita execução do passo.

Você deve estar pensando que todo dançarino, então, tem maturidade emocional. Não necessariamente. A ação sem consciência do emocional e das causas que a motivaram, não conduz à transformação. Conduz à disciplina, à técnica, à relaxação, não ao amadurecimento emocional . O que foi aprendido fica restrito àquela atividade e nem sempre se estende as atitudes de nossa vida . Para resultados mais profundos na capacidade de ouvir o outro, de conduzir nossos comportamentos, de tomar decisões, de vencer inibições, de ter ritmo sem estresse, de conviver harmoniosamente, é preciso um trabalho integrado que envolva a mente, a emoção e o corpo. Este pode ser desenvolvido, com sucesso, numa boa parceria de profissionais especialistas em psicologia e dança que vêem na arte não apenas lazer e descontração, mas uma forma de aperfeiçoar o ser humano.

Participação do personal dancer Marcelo Arruda